domingo, 31 de maio de 2009

Entre na guerrilha do Buzz

Saturados. Assim se descrevem os mercados. Tudo existe em abundância e, por isso, o cliente está mais exigente do que nunca. As empresas acotovelam-se para captar a sua atenção. Mas você está insensível a 99% das tentativas, o seu cérebro já entrou há muito numa dormência-anti-publicidade. Apenas os grandes budgets geridos por grandes marketeers são realmente eficientes. Mas com esses não pode competir. Compita na criatividade. Porque a criatividade não tem preço e pode esmagar um gigante.

Marketing de Guerrilha

Embora o conceito já esteja fundado desde 1984, apenas há poucos anos saltou para a ribalta com campanhas de promoção de algumas grandes marcas. Consiste na utilização de tácticas de publicidade não convencionais, com um baixo orçamento. Tão chocante, cómico, único, inteligente, criativo e inesperado que põe as pessoas a falar da sua marca – cria buzz. Esqueça a rádio, a televisão, os outdoors. Pense fora dessas caixas.

Regras Básicas

1. Seja único. Seja o primeiro e faça algo grandioso, imprevisível e original. Be insane.
2. Partilhe. Espalhe por toda a web social – Youtube, Facebook, Twitter, MySpace e foruns de especialidade.
3. Dê algo. Para além da história para contar, dê algo às pessoas para mostrar a outros, mantendo a originalidade.
4. Esteja onde a sua audiência está e em locais de grande circulação. Entenda antes os padrões do seu público-alvo para estar confiante na sua táctica.
5. Dê-lhe significado. Não chame a atenção das pessoas porque sim; isso pode funcionar inversamente. Seja coerente com as vantagens que oferece. Utilize o exagero com humor para que a sua ideia passe eficazmente.
6. Provoque acção. Faça com que o cliente tenha o impulso de agir, estar mais perto de você e de comprar os seus produtos – seja em forma de feedback, teste do produto, pesquisa na net, etc.

Na prática


Sai de casa pela manhã. Põe o iPod a tocar, passa os olhos pela paisagem caótica, onde estão os habituais anúncios de detergentes ou barras energéticas. Mas há algo que o seu cérebro recusou ignorar:





O Paradoxo da Escolha

Deixo aqui um vídeo de uma apresentação de Barry Schwartz acerca da sua teoria designada ‘O Paradoxo da Escolha’ que defende que o aumento de possibilidades de escolhas leva a que a satisfação das pessoas seja menor.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Comunicação e Branding 3.0

Este é um dos mais bem conseguidos exemplos de comunicação onde a estratégia é absolutamente brilhante.

Cliquem e vejam como a Comunicação pode ser emocional, apelativa e altamente eficaz:

http://www.pomegranatephone.com/

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Entrevista MKT ONLINE - Virgínia Coutinho e Hugo Soares - Organizadores do II ENEMC

Numa entrevista exclusiva ao MktOnline.net, Virgínia Coutinho e Hugo Soares organizadores da 2ª edição do Encontro Nacional de Estudantes de Marketing e Comunicação (ENEMC), fazem o balanço do evento, abordando ainda outras temáticas do Marketing e da Comunicação.






MktOnline.net - Pelo segundo ano consecutivo, realizaram o Encontro Nacional de Estudantes de Marketing e Comunicação. Como surgiu a ideia do evento?

Virgínia Coutinho - Enquanto aluna do ensino superior, identifiquei um conjunto de necessidades que não estavam a ser satisfeitas, como formação extra a preços acessíveis; interacção entre alunos de diversas instituições e a possibilidade de criação de rede de contactos. Creio também que, um encontro nacional de estudantes, pode proporcionar de uma experiência especial tanto a nível pessoal como académico. Olhando para todas estas necessidades, a única forma capaz de as satisfazer era a realização de um evento como o ENEMC. Para além disso, já organizava um evento na escola onde estudo, a Escola Superior de Educação de Coimbra, e o desejo de fazer algo a uma dimensão nacional fez com que surgisse este projecto.

Hugo Soares - Um dia recebi um telefonema da Virgínia a propor-me uma parceria na organização deste encontro. Dado o enorme desafio que representa e a vontade de suprir uma necessidade que é um encontro para este público alvo, pensei que não poderia recusar, o mesmo acabou por se tornar uma prioridade nas nossas agendas. Para além do que refere a Virgínia, a necessidade de os alunos serem ouvidos e a falta de iniciativas que permitam aos mesmos estar em contacto com o que será o seu futuro profissional, eram outras preocupações que procuramos resolver com o ENEMC.



MktOnline.net - Com que dificuldades se cruzaram na organização e realização do encontro? Foi difícil conseguir apoios para levar a iniciativa em frente?


Virgínia Coutinho - Quando se começa algo do zero é sempre difícil, principalmente se és estudante e tens de conciliar com a tua vida académica e outros projectos, como foi o nosso caso. Para além disso, o facto de termo-nos proposto a fazê-lo enquanto pessoas individuais foi umas barreiras iniciais que tivemos de ultrapassar, pois havia um certo cepticismo. Existem muitas ideias que são faladas, mas que acabam de não passar exactamente de…ideias! E isso fez com que não houvesse uma credibilidade de que este evento fosse concretizado, o que foi uma enorme dificuldade para conseguirmos apoios… Felizmente nesta 2ª edição tivemos um parceiro institucional muito forte, o IPAM, e conseguimos ainda o apoio do Grupo GCI ao nível das public relations e consultoria de comunicação, tendo sido dois apoios essenciais para o sucesso do evento.

Hugo Soares - Quando a fasquia é alta e se pretende alcançar o melhor resultado possível, a tarefa torna-se mais complexa, e conciliar o trabalho no INP , na Escola do Comércio de Lisboa, onde sou Docente e o Mestrado, não foi fácil. Mas, quando nos sentimos motivados e com vontade de contribuir, essas dificuldades vão parecendo cada vez mais pequenas.

Tal como referiu a Virgínia, o facto de sermos jovens estudantes e estarmos a fazer este projecto a título individual, também tornou a tarefa mais complicada. Mas a credibilidade vai-se conquistando e nesta 2ª edição o encontro já granjeou alguma notoriedade dentro do público-alvo pretendido, o que torna o processo mais simples.



MktOnline.net - Quais foram as novidades desta edição?

Virgínia Coutinho - As principais novidades a nível das actividades este ano foram sobretudo termos dedicado uma tarde à elaboração de um projecto para o III ENEMC, os participantes formaram grupos de diferentes proveniências, de forma a obrigá-los a interagir e criar as tais redes de contactos que falávamos. Por outro lado, a iniciativa Portas Abertas feita pelo Grupo GCI em parceria com a Realizar, foi também outra novidade de destaque, até porque permitiu aproximar o mercado de trabalho aos estudantes, questão fulcral na recta final do percurso académico dos participantes do Encontro. Mas, e isto é o mais importante, o espírito ENEMC que imaginámos desde o inicio, não mudou. Nunca quisemos ser vistos como um conjunto de palestras, mas sim como uma experiência, e independentemente de todas as pequenas alterações que surgirão de edição para edição, os valores originais vão manter-se idênticos.

Hugo Soares - Este ano o espírito foi reforçado pelas amizades que se fizeram e pelo bom feedback que recebemos ao longo do ano: o I ENEMC foi um evento que correu bastante bem e o II Encontro foi ainda melhor, muito devido também à exigência que há em cada um de nós.



MktOnline.net - Quais eram os objectivos a que se tinham proposto atingir quando começaram a organizar o II ENEMC? Foram atingidos?


Hugo Soares - Mais do que números, o grande objectivo seria sempre oferecer aos participantes novas experiências, novos desafios, algum conhecimento e sobretudo intangibilidades, acompanhados sempre do incomparável espírito académico, onde o conhecimento pessoal um dia mais tarde, irá ser útil aquando os compromissos profissionais. O estudante de hoje é o profissional de amanhã. Se estou satisfeito? Nunca estou, porque o interesse é mesmo esse, ser cada vez melhor, mais exigente e mais profissional. O objectivo principal quando começamos a organizar o II ENEMC era fazer melhor que no I ENEMC e isso foi claramente conseguido.



MktOnline.net - O Encontro Nacional de Estudantes de Marketing e Comunicação será uma iniciativa para continuar?

Virgínia Coutinho - Claro que sim! Este é ainda um “projecto bebé”. O objectivo é mesmo fazer do ENEMC um evento de referência, e de ano para ano, termos mais participantes, mais actividades e mais ousadas. Eventos como este são uma aprendizagem contínua, e no final de cada edição estaremos já a pensar no que poderemos melhorar e/ou acrescentar numa próxima.

Pretendemos ainda complementar o evento com outros projectos, pois achamos crucial criar uma estrutura de apoio a todos os estudantes da área, para conseguirmos ter futuros profissionais cada vez melhores.

Hugo Soares - O ENEMC será no futuro, um evento onde qualquer estudante quererá ir pela sua experiência e pelos seus predicados ao nível da formação e do contexto cultural. Uma troca ímpar no que toca a novas experiências e quem sabe uma boa possibilidade de poder conhecer a pessoa certa na altura certa, o que se poderá traduzir num futuro profissional risonho. É sem dúvida uma experiência a repetir, cada vez com mais entusiasmo, alegria e com a certeza que poderemos contribuir para um futuro melhor dos estudantes desta área.



MktOnline.net - Enquanto estudantes de Marketing e Comunicação, como perspectivam o ensino superior nestas áreas em Portugal?

Virgínia Coutinho - O ensino do Marketing e da Comunicação em geral tem de ser, sem dúvida, bastante prático e “desformatado”, isto é, mais do que algumas outras áreas é necessário incentivar ao empreendedorismo dos alunos, dar-lhe algum espaço para fazerem mais do que lhes é ensinado através dos livros e das teorias. Quanto menciono empreendedorismo, estou a referir-me a coisas tão simples quanto a aprendizagem de uma língua “exótica”, pegar numa mochila e fazer uma viagem pela Europa, ou a qualquer outra experiência que abra horizontes, que faça desses estudantes profissionais mais “destemidos”. Estas são áreas que necessitam de muito dinamismo, criatividade, ousadia, e uma mente aberta, o que deve ser percebido e incentivado ainda durante a formação académica… já dizia Malcolm Forbes: “Education's purpose is to replace an empty mind with an open one", o que me faz acrescentar que nestas áreas, mais importante do que sermos profissionais com experiência, é sermos profissionais cheios de experiências!

Hugo Soares - Penso que o ensino superior em Portugal está infelizmente um pouco afastado da linha que gostaria. Bolonha veio trazer uma componente mais prática que só seria complementada se os alunos estagiassem obrigatoriamente duas vezes por ano para sentirem o ambiente que existe numa empresa, e sobretudo para poderem viver o stress empresarial. Os professores deveriam ser uma mescla entre académicos e pessoas activas no mundo empresarial que trouxessem a cada semana exemplos reais que completassem a teoria, com o objectivo de tudo poder fazer sentido no imediato e não só quando entrasse no mercado de trabalho.



MktOnline.net - E em relação à entrada no mercado de trabalho, quais são as expectativas que têm?

Virgínia Coutinho - Presentemente estou a fazer o meu estágio curricular, de forma que já estou a ter um contacto real com o mundo de trabalho. Em vez das minhas expectativas, posso dizer-lhes que num futuro gostaria de experimentar várias áreas dentro do marketing, e trabalhar tanto em agência como do lado do cliente, pois parece-me imprescindível aproveitar os primeiros anos no mundo de experiência profissional para nos apercebermos no que realmente somos bons, e ter conhecimento mais profundo sobre o que se faz e como se faz numa área tão abrangente.

Hugo Soares - Neste momento estou na direcção de Marketing, Comunicação e Marca no Instituto Superior Novas Profissões, Instituto onde me licenciei e sou docente na Escola de Comércio de Lisboa. Talvez um dia, (nunca querendo deixar a escola porque ensinar é das coisas que mais gosto de fazer) gostasse de experimentar um projecto pessoal que tenho, em que muito acredito, e de certeza que desafiarei a Virgínia para me acompanhar nessa aventura.



MktOnline.net - Quais são as vossas referências (em termos de personalidades e empresas)? Porquê?

Virgínia Coutinho - Uma das minhas empresas de referências é o local onde estou a estagiar, a Ivity Brand Corp, muito porque o Dr. Carlos Coelho é uma das personalidades da área de gestão de marcas que mais admiro. Para além da Ivity há muitas empresas cujo trabalho que têm vindo a desenvolver fazem com que faça as admire de alguma forma, no entanto vou apenas mencionar a Coca-Cola. Desde o meu 1º ano no ensino superior que surgiu a brincadeira relacionada com o ir trabalhar na Coca-Cola, agora tenho-a como uma referência não só por todo o peso que teve no desenrolar da história do Marketing, mas também pelo afecto que sinto pela marca.

Hugo Soares - Aprecio muito a Apple e Steve Jobs, pela sua história, pelo dinamismo, coragem e postura que tem na vida. Curiosamente, admiro também o CEO da Microsoft Steve Balmer pela sua saudável loucura e por lutar com tanta garra pela sua love brand. Gostava também de referir que estou a gostar imenso de “conhecer a postura de Barack Obama“ e da máquina de marketing que está por detrás do homem mais poderoso do mundo. Na minha opinião há muito tempo que não havia um agitador de massas tão forte.



MktOnline.net - Nos últimos anos, Portugal tem registado inúmeras fusões e cruzamentos nos media. E, assim sendo, temos grupos que dominam o mercado económico, a publicidade e a informação, condicionando o poder político e a opinião pública. O que pensam sobre isto?

Virgínia Coutinho - Acima de tudo e, por mais que nos custe admitir, estamos numa sociedade capitalista, e nem a indústria da informação pode ficar indiferente a isso.
Factores como a pressão publicitária, concorrência, segmentação de mercado, os interesses de accionistas,… levaram a que se formassem grupos tão importantes e fortes como o grupo Impresa, Cofina, Controlinveste, Impala, que controlam grande parte dos media em Portugal.

Sem dúvida que, com esta concentração mediática, advêm problemas como uma homogeneização de conteúdos, de certa forma controlados por interesses económicos, o que levará a uma certa imparcialidade no tratamento das informações.

É também evidente que os média continuam a ser uma ferramenta muito forte na formação de uma opinião pública, e se os mesmos estão revestidos de uma certa parcialidade até que ponto podemos acreditar naquilo que vemos/ouvimos/lemos?

Comecei a estudar "Jornalismo e ciências da comunicação", na FLUP, em 2003, e este tratamento tendencioso, ou menos imparcial das informações, foi precisamente uma das razões pelas quais desisti do curso… Lembro-me perfeitamente da repetição de que “não existe uma verdade absoluta, mas sim o ponto de vista de um jornalista ou de um grupo económico”, o que me fez passar muito tempo sem ver telejornal e mesmo ler um jornal. Basta ver a discrepância existente entre a história (que supostamente é factual) do Oriente e do Ocidente! Simples acções como filmar 10 soldados americanos numa berma, enquanto na outra estariam 100 civis iraquianos é, sem dúvida, moldar uma realidade… Hoje tento manter-me informada, mas tento filtrar muito da informação, para não falar que sou adepta do “movimento” norte-americano do “Non Tv days”.

Em jeito de conclusão, posso apenas mencionar que isto não é novo para ninguém, agora cabe a cada um de nós escolher o que fazer com essa “verdade” que é transmitida diariamente pelos media…



MktOnline.net - Há quem considere que se no século XX surgiu o 4º poder, o dos media, no século XXI surgiu o 5º poder, o da marca. Atendendo a isso e à variedade de técnicas de marketing que têm aparecido, como consideram que vai evoluir o marketing em Portugal e no Mundo?

Virgínia Coutinho - Eu sou suspeita, uma vez que estou a trabalhar em gestão de marcas…

Acredito ainda que a evolução “natural” do marketing, está levar a que o mesmo seja um conceito cada vez mais abrangente, chegando mesmo a abarcar áreas, e a desempenhar funções, que pertenciam anteriormente a disciplinas como as RP (tomemos o exemplo do Marketing Relacional, Mega marketing, endomarketing, marketing de crise). Assim sendo, acredito que se as empresas não se aperceberem da importância da sinergia entre as diferentes áreas, que o marketing se dotará de técnicas que permitirão com que o mesmo seja ainda mais polivalente do que é nos nossos dias, e que “canibalize” áreas como as Relações Públicas.