Dizem que o sucesso do mais recente fenómeno da comunicação digital reside na sua simplicidade. De facto, o Twitter parece obedecer à lógica do mínimo esforço possível. Ou melhor, do mínimo de escrita possível…
Cada “tweet” não pode ter mais de 140 caracteres, os suficientes para que o autor consiga cativar os seus “seguidores”, que podem ser meia dúzia, e pertencer a um grupo tão restrito como a família e amigos, ou então milhares, tendo o universo como limite para a sua audiência. Exagero? Não, basta para isso ver os twitters de Barack Obama ou da Britney Spears, que serão literalmente acompanhados ao minuto pelo mundo inteiro.
Em Portugal, a moda também está a pegar, tendo inclusive a Presidência da República já aderido às virtudes comunicacionais do Twitter. Outras figuras nacionais da política renderam-se igualmente ao mundo dos “tweets”, tais como Hermínio Loureiro (PSD), Pedro Mota Soares (CDS), Agostinho Branquinho (PSD), António Galamba (PS), Helena Pinto (BE) ou António Filipe (PCP).
O Twitter é já um fenómeno social e digital, porém está ainda longe de ser um sucesso comercial. A empresa que gere o serviço está instalada em Silicon Valley e conta apenas com 29 pessoas. Neste momento, a principal preocupação da empresa é convencer os potenciais patrocinadores da viabilidade do projecto enquanto negócio gerador de receitas. E ao olhar-se para exemplos como o Youtube ou o Facebook parecem ser pretensões legítimas.
O Twitter é mais uma ferramenta da chamada Web 2.0 que permite uma comunicação instantânea e que, ao contrários dos blogues e de outras plataformas, parece estar mais adaptada aos interfaces móveis, tais com os Blacberrys ou os IPhones.
Outra das características que destacam o Twitter é a sua capacidade de reflectir o momento, aquilo que está a acontecer em tempo real. Por oposição ao “happened before” do Google ou do Facebook, os “tweets” são o “happening now” das compras no supermercado de um simples cidadão anónimo, dos devaneios da Britney num bar ou da assinatura de um tratado internacional de Barack Obama.
De lazer a trabalho, cada um é livre de fazer o que bem entender com os seus “tweets”. No entanto, há quem veja no Twitter uma ferramenta de comunicação bastante eficaz, estando a utilizá-la com fins profissionais. Alguns políticos já o fazem, assim como personalidades dos mais diversos quadrantes da sociedade. Também muitos jornalistas já recorrem ao Twitter como mais uma plataforma de conteúdos.
Ciente dessas potencialidades e das diferenças dos perfis dos utilizadores do Twitter, o seu co-fundador Biz Stone revelou ao Financial Times que não está previsto qualquer custo para os utilizadores básicos, já não dizendo o mesmo em relação aos “business users”, que poderão ver no futuro os serviços cobrados, embora com direito a funções extras.
José Manuel Costa
Presidente Grupo GCI
Um comentário:
Bom artigo!
Podes passar pelo meu blog que acabei de escrever algo sobre o assunto:
www.tribolider.com
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